terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Explosão

Está a arder com força de inferno. Sinto os buracos criados pelos meteoritos que caíram em rajada sobre mim.. Fico com aquela crosta penetrada e queimada que cheira a carne podre. Os cães sentem o odor de comida pronta a ser mastigada, mas eu sinto o perfume de gelo..Sim de gelo a endurecer cada vez mais.

Fico mais gélido sem puder ser tocado..Ascendo?Transcendo?
Passo para um outro mundo, distante e nevrótico. Loucura constante de seres que se movimentam com o impulso de sinapses trocadas e agressivas.
Gélido e agressivo. Sim claro, ascendi a esse plano. Não pretendo atingir o submundo mas sim o plano superior.
Intermédio. Não me chega ficar a meio pois detesto a virtude. Prefiro antes desconstruir e viver na esquizofrenia dos meus pensamentos.

Acabo com um sorriso explosivo!

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Eu, só eu.

E se for a primeira vez que tocas o infinito? O que sentes?Completo, realizado, satisfeito, apaziguado, feliz?
Não consigo perceber...Nem tão pouco atingir essa utopia.

Ando às voltas a esquecer quem sou. Bebo o dia até a noite chegar e quando finalmente chega transformo-me na própria bebida.
Entrei num transe de danças em torno de mim próprio.
Agora, eu, só eu!

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Sede

Tenho sede de beber algo que não posso...Quero retornar à torneira que tanto jorrava e que agora parece seca. Gostava que ela voltasse a deitar aquele supra-sumo que agora tanto preciso e que no passado desconsiderei...
Tenho sede e não bebo porque não há mais.
O que vou beber agora? Nada, porque nada me resgata desta secura em que se tornou o meu ser.

Estarei pronto para outra bebida? Não sei.
Espero encontrar essa fonte escondida que só a mim me pertence.


Tenho sede e quero voltar a beber.

terça-feira, 14 de junho de 2011

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Lost in translation

Por onde começar e por onde acabar sem saber por onde passar...não sei e quero saber.
Sinto a brisa do incógnito a tocar-me a cara. Toca-me mas não atinge,
Passo sempre ao lado de tudo. Vou em frente encontro obstáculos e não os ultrapasso. Ao invés fico preso neles sem deles me soltar tentando deles me desprender...Eles não me querem deixar ir e viver.

Não me sinto preparado para viver e fico estagnado no sitio mais seguro dentro de mim. Não me deixo viver mas quero viver tudo ao mesmo tempo.

Lost in translation...talvez o mais correcto.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Pensar-te

Sempre que te vejo em mim, lembro-me.
Sinto ainda aquele ar que expiravas e que me dava um sentido de vida. Pensar-te é como desfazer-me em mil pedaços que tentam reconstruir-se mas não se conseguem encaixar. Consome a vida que me trespassa porque na verdade és tu que me trespassas com vida.
É uma faca de dois gumes e duas direcções. Tomei a direcção errada.

Será que vou acertar-te?

quarta-feira, 23 de março de 2011

Nada

Revolta inspirada no nada...Assente no falso testemunho de uma vida vivida.
Sinto o vento do nada que traz tudo e arrasta-me por voltas incompletas...Estou incompleto preenchido com o sentido do vazio.

Não toco o fundo. Já o fiz. Não o volto a fazer. Não quero.
Mas onde estou?No vácuo.

Espera-me esse próximo planeta habitado por outros seres. Não fazem parte de mim, não me conhecem e não conheço a língua que falam. Agem de forma diferente fazendo da vida uma mera passagem. Acho estranho e não aceito.
Quero uma vida vivida sem vazios.

Encho-me de ar e prossigo. Rasgo o inóspito e faço as minhas regras.

quarta-feira, 9 de março de 2011

No Destination

There's an empty space in my heart
So i allowed u letting go
Don't come back
Unless...

Desabrocho e respiro um novo ar. Puro mas rarefeito. Precisa de ser preenchido.
Na verdade esse ar leva a outro ar , composto, corpulento e vasto para explorar.
Vivo um novo mundo construído a partir do antigo. Esse outro que era perfeito, foi violado por um tornado de ideias, pensamentos, lógicas, dogmas fracos e insustentáveis...Colapsou e espalhou o estrago.

Do velho origina-se o novo. A junção dos dois é a explosão do presente e a premonição do futuro.
Peças velhas podem fazer parte do novo, ou não...
Voltarão?Encaixarão de novo?

Sem rota traçada.Destino incerto.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Red line

Piso a linha que separa o real do fictício. Percebo que a partir daí o limbo se torna mais palpável...é esse o estado de me sentir vivo.
Quero quebrar essa barreira imposta por algo descabido. Não se coaduna com a minha essência.
Voo sem saber para onde. Sonho sem saber o quê. Sinto o que sempre soube.
É em cima dessa linha que caminho porque é nela que a minha vida se vai construindo. Tento não tropeçar, mas sou desajeitado e por isso pontapeio o que estiver à minha frente. Magoado lá te levantas e eu peço desculpa...

Linha que risca o percurso e me leva ao infinito...É meu, mas eu partilho contigo, se quiseres.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Simples

Don´t let go...Never give up.
É duro ter e não poder.
Gostar e não usufruir.

Queres?Faz...
Lutar?Sempre.

Esperar?enquanto puder e respirar...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Pois

"A moment, a love
A dream, a laugh
A kiss, a cry
Our rights, our wrongs
A moment, a love
A dream, a laugh
A moment, a love
A dream, a laugh

Just stay there
Cause I'll be comin' over
While our bloods still young
It's so young, it runs
Won't stop til it's over
Won't stop to surrender"


quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Meu interior, Teu interior

Escrevo porque só assim liberto o que se acumula dentro de mim...Não estou preparado para aguentar a força, a energia que tenho. É algo de bom mas que agora é insuportável de viver. Se conseguisse exprimir tudo o que sinto, era mais simples. Bloqueio nas palavras ditas porque é demasiado o que tenho a fervilhar...

Nunca vivi estes momentos, nunca senti este sentimento. Genuíno de puro cristal, transparente.Prevalece, consome e alimenta-se por ele mesmo...
Ouve o teu coração a bater. Eu ouço o meu e bate à mesma velocidade sempre que te ouço, vejo, sinto. Alimenta-se do teu e precisa dele para viver...É incontrolável para mim, o controlador! Não sei que faça, não sei como viva.

Continuo na espera interminável, na certeza que ficaremos juntos.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Jaulas

Torno-me a este ciclo vicioso. É cansativo, é incontrolável, fora de de limites palpáveis e seguros. Queria arriscar, mas não posso. Até o arriscar se encontra limitado...engraçado.
Tenho que ponderar o limbo em que estou e que tanto me consome. Mãos, pés, dedos, tentáculos, tudo, mas mesmo tudo atado ao ferro ferrugento da vida.
Como se consegue aprisionar um animal selvagem?Acaba por morrer excepto se o soltar.

Tento então alimentar a fera descontrolada e esperar pelo o momento correcto.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Abismo

Serás quem procuro?És.
Declaro-me rendido aos encantos de um sentimento que me leva para o abismo. Esse abismo tão acolhedor e tão enganador. Duvido se quero dar o passo para cair dentro, mas em mim reside uma força que me impele. Caio tão fundo que esqueço quem sou, mas sinto-me bem ao cair porque lá no fundo encontro-te.
Olho em redor e não vejo nada. Ainda não chegaste. Espero então.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Preso

Esgotado. Cansado, sem forças, depressivo, com raiva. Mistura de sentimentos num turbilhão de sensações incontroláveis. Não aguento...Quero fugir!Apetece-me fugir...Para onde?Não sei..Longe, muito longe. Para outro mundo, sem olhar para trás.
Preciso de paz sem precedentes...Tudo me queima, tudo me consome até atingir outro vazio.
Faço as malas dos erros cometidos e despacho-as para um local inóspito. Quero que apodreçam no fundo do nada.
Ódio de mim, do que faço, do que vivo do que cheiro à minha volta.
Caem lágrimas que são agora cristais de gelo presos no tempo. Magoam imenso.
Estou preso a esses sentimentos que mais parecem sete facas espetadas nos sete pontos cardinais da minha alma.

Fujo?Não. Apodreço.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Definir complicação

Sabes bem que tudo poderia ser redondo e mais fácil de ser empurrado. É verdade!Torna-se simples e prático compreender daquilo que somos feitos se não complicarmos. Mas temos de complicar porque faz parte da nossa natureza tal como comer, beber, dormir e também andar.

Complicas e desfazes. Escolheste?Aguentas. Não aguentas?Esperas?Vale a pena?Aguenta.
Encaras aquilo que é uma consequência prevista como se fosse um recém.nascido. Foste avisado mas mesmo assim teimaste que seria da tua forma. Reparaste que na realidade estavas errado.Redondamente errado. E agora, aguentas.
Complicaste, inventaste e negaste. Magoaste, muito. Agora sais magoado.

Talvez mereças ser um mártir. Talvez te estejas a fazer de um. Ridículo.
Complicado seria representar uma forma feliz de viver quando o que sentes é o infinito vazio do insaciável. É tão ridículo que até mete medo ser real. Mas é real.

Estas confinado ao que se chama a Prisão. Quem tem a chave, ou se esqueceu, ou simplesmente deitou fora ou talvez ainda a tenha, sabe que a tem, mas não a sabe usar. Tu sabes quem é...Baixinho repetes o seu nome.. Já inventaste mil e uma desculpas para te veres livre, mas não são aceites. Tens que viver preso. Chegas a um ponto em que perguntas: queres libertar-te? e concluis que não. Mas queres ter a certeza que quem tem a chave sabe que a tem e sabe usar para que a liberdade futura seja diferente.